Ministério em Belém faz mais do que apenas entregar presentes em Dezembro.
Amando o Próximo: Bishara Awad, da Faculdade Bíblica de Belém, diz que as tensões políticas se infiltraram na comunidade cristã
Oito anos atrás, Ali Elhaij, 35, nascido no Líbano, converteu-se ao cristianismo enquanto vivia nos Estados Unidos. Quando ele conheceu a cultura evangélica, ficou incomodado pelo profundo mal-entendido dos cristãos americanos acerca do islamismo, bem como sobre o cristianismo no Oriente Médio. “Realmente isso veio à tona em 2006, quando aconteceu a guerra Hezbollah-Israel, e havia muita coisa sendo dita tanto na mídia quanto nas igrejas”, disse Elhaij à Christianity Today, durante uma recente entrevista. “Senti que precisava fazer algo. Precisava ser a cola entre o Ocidente e o Oriente”. Após a guerra, Elhaij, que tem ascendência islâmica, visitou Israel e o West Bank. Ele se encontrou com os cristãos palestinos Salim Munayer, reitor acadêmico e graduado no seminário da Bethlehem Bible College - BBC (Faculdade Bíblica de Belém), e Bishara Awad, presidente da BBC. Munayer e Awad são parte de um influente núcleo de evangélicos palestinos que está comprometido com a expansão e reconciliação cristã através das incontáveis fronteiras políticas e religiosas na região.
Envolvendo-se com os americanos - Nos últimos 20 anos, o contínuo conflito tem aguçado as limitadas interações entre israelenses e palestinos. Cruzar as fronteiras nunca foi tão difícil. Em 1990, Munayer e líderes congregacionais locais formaram a Musalaha (palavra árabe para “reconciliação”), a fim de criar um novo contexto para a interação: encontros isolados em que israelenses e palestinos passam uma semana ou mais viajando de camelo em áreas desoladas. Dessas viagens intensas, emergem relacionamentos novos e mais saudáveis.
A Musalaha recebe aclamação mundial por seus esforços. Depois de conversar com Munayer, Awad e outros, Elhaij sonhou em encontrar um modo de firmar uma parceria com eles. Um dia, ele perguntou à sua esposa, Jennifer: “Não seria maravilhoso incluir americanos nesse projeto?”. Depois de muita discussão, em 2007 o casal lançou o Bethlehem Christmas Project (Projeto Natal em Belém), em sua mesa da sala de jantar em Weston, Flórida. A idéia era convidar americanos para viajar a Belém no começo de Dezembro para ajudar os crentes locais a distribuir presentes de Natal a famílias carentes, independentemente de sua religião.
Ali e sua esposa estabeleceram uma organização sem fins lucrativos, começaram a estabelecer contato pela internet com líderes interessados e a procurar colaboradores para firmar contrato e compromisso com sua expansão. Um colaborador imediato foi o executivo Chuck Wenger, da Igreja Prairie Ridge, em Ankeny, Iowa. Wenger freqüentemente visita Israel e agora serve a equipe de Elhaij. “Muitos judeus e muçulmanos acreditam em um princípio de vingança e eles a praticam”, diz Wenger. “Eu só vejo a igreja trazendo uma estratégia de paz, amor e reconciliação”.
Durante o Natal de 2007, uma pequena equipe de crentes palestinos, israelenses e americanos entregou presentes para 200 crianças em Belém. Como era de se esperar, os mais necessitados estavam num orfanato e em escolas para crianças especiais. A grande maioria dos presentes se constituía de roupas, brinquedos educativos e itens básicos para a escola e a casa, e não de aparelhos eletrônicos de última geração. O voluntário israelense Alex Voitenko, que participou da distribuição de presentes, teve primeiramente de superar a suspeita que sentira de Elhaij por ele ser árabe. Mas, agora, Voitenko descreve Elhaij como “um anjo”. E diz: “Esta guerra já acontece por muito tempo – por gerações. Eu não vejo nenhuma solução sem Cristo”. Já Elhaij disse à Christianity Today que “temos um corpo em Cristo que não é hostil para com o próximo, que não está preocupado com quem ganha o quê com relação a terra e recursos. Estamos todos trabalhando pela paz”.
Transcendendo velhos rancores - Esse ponto de vista é bem diferente do que Elhaij tinha quando criança, crescendo na região oeste de Beirute, no Líbano, durante a década de 1980. Elhaij se lembra de seus familiares e amigos que diziam: “Israel não é seu amigo – não diga a palavra ‘Israel’. Diga ‘Palestina’. Não tenha amizade com os israelenses”. Levou anos, mas Elhaij agora acredita que o melhor meio de se lidar com os israelenses é numa mesa de café em Belém. “Quando vim pra Cristo, tive de entender que Ele morreu por mim para me reconciliar com Deus,” disse Elhaij. “De que forma eu, como cristão e cidadão do reino, devo agir? Como um pacificador”. Décadas antes, Elhaij foi confrontado com estas questões dentro da comunidade islâmica. O presidente da BBC, Bishara Awad, uma criança durante a guerra de 1948, encarou perguntas parecidas dentro da comunidade cristã local. Por anos, ele considerou os judeus responsáveis pela morte de seu pai, grego-ortodoxo, vítima de um atirador, cena que foi testemunhada por Awad, à época com nove anos de idade, em frente à sua casa em Jerusalém, e da qual ele nunca se esqueceu.
Awad, exatamente como Elhaij, experimentou uma profunda mudança em seu coração, enquanto ele fora diretor de uma escola-orfanato. Muitos estudantes se denominavam cristãos, mas Awad era incapaz de lhes despertar a fé. “Ninguém estava se convertendo ao Senhor. Então, uma noite, fui até o Senhor e orei: ‘Senhor Jesus, o que está acontecendo?’. O Senhor estava apontando para meu coração, porque eu conseguia ver que aqueles jovens alunos tinham o mesmo rancor que eu tinha, porque cada um deles tinha sofrido de uma forma ou de outra com a guerra com Israel e com os judeus. Foi quando orei e pedi ao Senhor que me perdoasse, e o Senhor mudou completamente minha vida. No dia seguinte, fui à capela, como nos demais dias, mas havia algo diferente então. Os alunos estavam se convertendo ao Senhor e pedindo: ‘Queremos continuar nossos estudos, aonde podemos ir?’. Aproveitando aquele momento, foi fundado o Bethlehem Bible College para atender aquelas necessidades”.
Elhaij, Awad e Munayer não encobrem injustiças passadas, mas suas experiências pessoais de reconciliação lhes dão uma visão do reino de Deus que transcende velhas barreiras. Awad disse à Chstianity Today: “Converse com qualquer pessoa aqui na comunidade cristã, e se eu lhes disser que Ali Elhaij está vindo nos visitar, rapidamente eles sabem que este não é um nome cristão. Mas nós louvamos a Deus porque o Senhor o encontrou. Jesus Cristo não é apenas para cristãos – ele morreu para o mundo inteiro, e o mundo inteiro inclui os muçulmanos”.
Tais endossos significam que o Bethlehem Christian Project ganha legitimidade por seu modelo de ministério: Natal mais reconciliação. Awad diz que Elhaij está simplesmente sendo um bom vizinho. “Ninguém pode negar que se você se importa com as pessoas e realmente as ama, precisa lhes dar a melhor coisa que você tem: as boas-novas de Jesus Cristo!”
Todos os pedaços - No começo de Dezembro, Elhaij e sua equipe de ministério 2008 vão embarcar num avião em direção ao Oriente Médio. Esta equipe, de aproximadamente 13 igrejas da Flórida, Carolina do Sul, Iowa, juntamente com cristãos de Israel e Palestina vão visitar Belém para distribuir presentes para 500 crianças.
Abdulluah Awwad, diretor do Centro Albasma para Crianças com Necessidades Especiais, lembra a reação das crianças durante a visita do ano passado. “Elas não pensam em quem dá os presentes. Elas só vêem os presentes e se sentem felizes com isso. Elas possuem os sentidos mais simples da vida”.
Esta atitude junta todos os pedaços da visão original de Elhaij: crentes israelenses, palestinos e americanos, todos trabalhando para atender necessidades jamais supridas no Oriente Médio. Elhaij disse à Christianity Today que ele acredita que a percepção estereotipada a respeito do evangélico como um obtuso é tão infundada quanto alguns dos estereótipos dos evangélicos acerca dos islâmicos. “Se você simplesmente atrair as pessoas, encontrará uma ampla opção de crenças e motivações. Tentamos encontrar pessoas que sejam abertas, prontas a aprender e queiram fazer a vontade de Deus”.
Quando o Natal se torna um tempo de celebração, fé e reconciliação além das fronteiras, os cristãos descobrem uma nova compreensão sobre por que Deus enviou seu Filho.
FONTE: Portal CRISTIANISMO HOJE - www.cristianismohoje.com.br/
Envolvendo-se com os americanos - Nos últimos 20 anos, o contínuo conflito tem aguçado as limitadas interações entre israelenses e palestinos. Cruzar as fronteiras nunca foi tão difícil. Em 1990, Munayer e líderes congregacionais locais formaram a Musalaha (palavra árabe para “reconciliação”), a fim de criar um novo contexto para a interação: encontros isolados em que israelenses e palestinos passam uma semana ou mais viajando de camelo em áreas desoladas. Dessas viagens intensas, emergem relacionamentos novos e mais saudáveis.
A Musalaha recebe aclamação mundial por seus esforços. Depois de conversar com Munayer, Awad e outros, Elhaij sonhou em encontrar um modo de firmar uma parceria com eles. Um dia, ele perguntou à sua esposa, Jennifer: “Não seria maravilhoso incluir americanos nesse projeto?”. Depois de muita discussão, em 2007 o casal lançou o Bethlehem Christmas Project (Projeto Natal em Belém), em sua mesa da sala de jantar em Weston, Flórida. A idéia era convidar americanos para viajar a Belém no começo de Dezembro para ajudar os crentes locais a distribuir presentes de Natal a famílias carentes, independentemente de sua religião.
Ali e sua esposa estabeleceram uma organização sem fins lucrativos, começaram a estabelecer contato pela internet com líderes interessados e a procurar colaboradores para firmar contrato e compromisso com sua expansão. Um colaborador imediato foi o executivo Chuck Wenger, da Igreja Prairie Ridge, em Ankeny, Iowa. Wenger freqüentemente visita Israel e agora serve a equipe de Elhaij. “Muitos judeus e muçulmanos acreditam em um princípio de vingança e eles a praticam”, diz Wenger. “Eu só vejo a igreja trazendo uma estratégia de paz, amor e reconciliação”.
Durante o Natal de 2007, uma pequena equipe de crentes palestinos, israelenses e americanos entregou presentes para 200 crianças em Belém. Como era de se esperar, os mais necessitados estavam num orfanato e em escolas para crianças especiais. A grande maioria dos presentes se constituía de roupas, brinquedos educativos e itens básicos para a escola e a casa, e não de aparelhos eletrônicos de última geração. O voluntário israelense Alex Voitenko, que participou da distribuição de presentes, teve primeiramente de superar a suspeita que sentira de Elhaij por ele ser árabe. Mas, agora, Voitenko descreve Elhaij como “um anjo”. E diz: “Esta guerra já acontece por muito tempo – por gerações. Eu não vejo nenhuma solução sem Cristo”. Já Elhaij disse à Christianity Today que “temos um corpo em Cristo que não é hostil para com o próximo, que não está preocupado com quem ganha o quê com relação a terra e recursos. Estamos todos trabalhando pela paz”.
Transcendendo velhos rancores - Esse ponto de vista é bem diferente do que Elhaij tinha quando criança, crescendo na região oeste de Beirute, no Líbano, durante a década de 1980. Elhaij se lembra de seus familiares e amigos que diziam: “Israel não é seu amigo – não diga a palavra ‘Israel’. Diga ‘Palestina’. Não tenha amizade com os israelenses”. Levou anos, mas Elhaij agora acredita que o melhor meio de se lidar com os israelenses é numa mesa de café em Belém. “Quando vim pra Cristo, tive de entender que Ele morreu por mim para me reconciliar com Deus,” disse Elhaij. “De que forma eu, como cristão e cidadão do reino, devo agir? Como um pacificador”. Décadas antes, Elhaij foi confrontado com estas questões dentro da comunidade islâmica. O presidente da BBC, Bishara Awad, uma criança durante a guerra de 1948, encarou perguntas parecidas dentro da comunidade cristã local. Por anos, ele considerou os judeus responsáveis pela morte de seu pai, grego-ortodoxo, vítima de um atirador, cena que foi testemunhada por Awad, à época com nove anos de idade, em frente à sua casa em Jerusalém, e da qual ele nunca se esqueceu.
Awad, exatamente como Elhaij, experimentou uma profunda mudança em seu coração, enquanto ele fora diretor de uma escola-orfanato. Muitos estudantes se denominavam cristãos, mas Awad era incapaz de lhes despertar a fé. “Ninguém estava se convertendo ao Senhor. Então, uma noite, fui até o Senhor e orei: ‘Senhor Jesus, o que está acontecendo?’. O Senhor estava apontando para meu coração, porque eu conseguia ver que aqueles jovens alunos tinham o mesmo rancor que eu tinha, porque cada um deles tinha sofrido de uma forma ou de outra com a guerra com Israel e com os judeus. Foi quando orei e pedi ao Senhor que me perdoasse, e o Senhor mudou completamente minha vida. No dia seguinte, fui à capela, como nos demais dias, mas havia algo diferente então. Os alunos estavam se convertendo ao Senhor e pedindo: ‘Queremos continuar nossos estudos, aonde podemos ir?’. Aproveitando aquele momento, foi fundado o Bethlehem Bible College para atender aquelas necessidades”.
Elhaij, Awad e Munayer não encobrem injustiças passadas, mas suas experiências pessoais de reconciliação lhes dão uma visão do reino de Deus que transcende velhas barreiras. Awad disse à Chstianity Today: “Converse com qualquer pessoa aqui na comunidade cristã, e se eu lhes disser que Ali Elhaij está vindo nos visitar, rapidamente eles sabem que este não é um nome cristão. Mas nós louvamos a Deus porque o Senhor o encontrou. Jesus Cristo não é apenas para cristãos – ele morreu para o mundo inteiro, e o mundo inteiro inclui os muçulmanos”.
Tais endossos significam que o Bethlehem Christian Project ganha legitimidade por seu modelo de ministério: Natal mais reconciliação. Awad diz que Elhaij está simplesmente sendo um bom vizinho. “Ninguém pode negar que se você se importa com as pessoas e realmente as ama, precisa lhes dar a melhor coisa que você tem: as boas-novas de Jesus Cristo!”
Todos os pedaços - No começo de Dezembro, Elhaij e sua equipe de ministério 2008 vão embarcar num avião em direção ao Oriente Médio. Esta equipe, de aproximadamente 13 igrejas da Flórida, Carolina do Sul, Iowa, juntamente com cristãos de Israel e Palestina vão visitar Belém para distribuir presentes para 500 crianças.
Abdulluah Awwad, diretor do Centro Albasma para Crianças com Necessidades Especiais, lembra a reação das crianças durante a visita do ano passado. “Elas não pensam em quem dá os presentes. Elas só vêem os presentes e se sentem felizes com isso. Elas possuem os sentidos mais simples da vida”.
Esta atitude junta todos os pedaços da visão original de Elhaij: crentes israelenses, palestinos e americanos, todos trabalhando para atender necessidades jamais supridas no Oriente Médio. Elhaij disse à Christianity Today que ele acredita que a percepção estereotipada a respeito do evangélico como um obtuso é tão infundada quanto alguns dos estereótipos dos evangélicos acerca dos islâmicos. “Se você simplesmente atrair as pessoas, encontrará uma ampla opção de crenças e motivações. Tentamos encontrar pessoas que sejam abertas, prontas a aprender e queiram fazer a vontade de Deus”.
Quando o Natal se torna um tempo de celebração, fé e reconciliação além das fronteiras, os cristãos descobrem uma nova compreensão sobre por que Deus enviou seu Filho.
FONTE: Portal CRISTIANISMO HOJE - www.cristianismohoje.com.br/
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