sexta-feira, 2 de julho de 2010

Criando Crianças com Necessidades Especiais

Crianças com necessidades especiais são aquelas que demandarão maiores cuidados, investimentos, atenção e preocupações bem maiores do que normalmente uma criança com desenvolvimento normal exige dos pais e educadores.

Quando um casal planeja ter um filho, imagina o quanto será maravilhoso vê-lo se desenvolvendo normalmente Para um casal de missionários, as expectativas são maiores com relação à aquisição da linguagem. Espera-se que seu filho aprenda a falar simultaneamente duas ou mais línguas.Há também a expectativa de que vão amadurecer mais cedo devido ao contato com outras culturas e a constante mobilidade da família.

Ter expectativas positivas é muito bom. Cria-se um ambiente alegre, animado e seguro.

Mas, o que acontece quando todos esses planejamentos são frustrados? O mundo pode desmoronar-se à medida que os pais percebem que o desenvolvimento de seu filho não está acontecendo dentro de um padrão considerado normal.

Esse artigo se propõe a falar da criação de uma criança com necessidades especiais abrangentes, especificas, definidas por profissionais habilitados. Necessidades que não são passageiras.Elas acompanharão a criança pelo resto de sua vida e seu desenvolvimento dependerá do quanto seus pais a amarão e investirão para que desenvolva bem todas as suas potencialidades.

Algumas deficiências podem ser percebidas cedo como cegueira, surdez, comprometimento motor ou danos cerebrais. E elas podem ser de grau leve, moderado, grave ou severo.Mas, há outras que se apresentam ou que se acentuam mais tarde. E se referem ao nível comportamental.Algumas síndromes só são diagnosticadas depois que a criança atinge uma certa idade e não houve desenvolvimento da linguagem.
 
A aquisição da fala:

Os pais devem estar atentos ao desenvolvimento da comunicação verbal do seu filho.Ela é um marco no processo cognitivo da criança.

Há algumas razões pelas quais a criança pode demorar a falar. O ambiente em que vive pode ser um deles.Se há ou não estímulos, se ele é falante ou não, se é falado mais de uma língua são alguns exemplos.
O desenvolvimento da linguagem verbal também pode ser atrasado ou impedido se os centros da fala no cérebro não forem normais, ou se houver alguma anormalidade na laringe, garganta, nariz, língua ou lábios. A ausência da linguagem pode ser indício de síndromes como a de angelman e autismo. Fonoaudiólogos afirmam que, quanto mais cedo possível deve se averiguar se há problemas, pois quanto mais nova for a criança, maiores serão as chances de seu tratamento ser bem sucedido.

O que fazer?

O primeiro passo é descobrir, com certeza o que a criança tem, para lhe dar o melhor tratamento possível. Em alguns casos, para se saber o diagnóstico certo, será preciso uma série de exames, passar por uma junta médica que avaliará com exatidão o que a criança tem e quais são as chances de desenvolvimento. Esse diagnóstico pode levar meses, anos, até ser concluído.

Psiquiatria, neurologia, e outros campos como a fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia poderão fazer parte da rotina diária da criança com necessidades especiais.

No campo educacional, terá que fazer importantes decisões.Alguns especialistas acreditam que as crianças com necessidades especiais aprendem mais quando estão em salas de aulas com outras do mesmo nível. Outros educadores acham que ela deve ser integrada numa uma sala de aula comum.Creio que pais sensíveis e comprometidos saberão fazer a melhor escolha.

Se esse casal se encontra num país onde a medicina está avançada e há um atendimento público de qualidade, poderão eles seguir em frente no seu ministério mesmo sabendo que os cuidados com sua criança lhe demandarão muito mais tempo e finanças. Para isso o apoio da igreja é imprescindível.

Porém, se estiverem num país onde os recursos são escassos, ou inexistentes? O que fazer? Que decisão tomar? Voltar ao país de origem onde supostamente terão mais condição de criá-lo bem? Qual deve ser a orientação que a igreja deve dar a esses missionários? A quem devem eles priorizar? O ministério? O cuidado com a família?

Como se não bastassem essas questões de ordem lógica e normal, há ainda as questões de origem espiritual. Perguntas que os missionários farão no mais íntimo do seu coração. Por que Deus permitiu acontecer isso comigo? Por que ele não cura o meu filho para que possamos desenvolver nosso ministério com tranqüilidade?

O sofrimento, a angústia, a frustração podem ir aumentando a medida que essas perguntas se avolumam e não se obtém as respostas desejadas.Os pais experimentarão sentimentos conflitantes e, pasmem, normais de culpa, raiva, esgotamento, embaraço, isolamento, insatisfação, prisão e outros semelhantes.

Esses sentimentos podem piorar à medida que surgem os “consoladores de Jó” Conselhos como “vocês precisam orar mais, ter mais fé, entregar para Deus, ou descobrir onde pecaram” poderão surgir. Essas frases não auxiliarão e sim abalarão mais ainda as estruturas emocionais já tão frágeis desses pais em crise.

Onde está Deus e a igreja no meio disso tudo?

Não devemos esquecer da célebre resposta de Jesus aos discípulos quando estes perguntaram, quem pecou para que este homem nascesse cego? Foi para que se manifestassem nele a glória de Deus. Muitas das adversidades vêm com esse propósito, embora no momento não as compreendamos, nem aceitemos. Mas, há situações em que o Senhor não intervém da maneira como gostaríamos ou pedimos. Então, a manifestação da glória de Deus nem sempre significa cura imediata ou total. Ela pode se manifestar de outras formas e o aprendizado que se obtém é muito rico.

A igreja precisa estar ciente de que é possível e natural nascer um filho com necessidades especiais num lar cristão, inclusive no de um casal de missionários.

A igreja precisa estar preparada para auxiliar nesse momento. Aconselhar, dar direcionamentos para tomarem as decisões certas. Saber que essa criança demandará mais tempo dos pais, maior investimento financeiro.Cuidar para não cobrar deles algo que no momento não podem oferecer. Passada a crise, e, sendo bem orientados, esses missionários poderão voltar ao campo ou ter um redirecionamento e trabalhar numa área onde, com tranqüilidade, poderão continuar o seu ministério, sendo eficientes e dando muitos frutos.

Bibliografia
Michael Meyerhoff, Ed.D.. “HowStuffWorks – Compreendendo as necessidades especiais infantis”. Publicado em 10 de julho de 2006 (atualizado em 11 de abril de 2007) http://saude.hsw.com.br/necessidades-especiais-infantis.htm (16 de janeiro de 2008).
Vigotski L.S. – A formação social da mente.Martins fontes.são Paulo 2003
Biblia Sagrada edicao revista e atualizada.

PARA PENSAR: Fatores ambientais, congênitos e hereditários são causas comuns do atraso do
desenvolvimento da criança.

A organização mundial da saúde estima que…
“10% da população de qualquer país é portadora de algum tipo de deficiência. Assim, calcula-se que no Brasil há cerca de 16 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, seja ela física ou mental”

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