Pr. Ronan Boechat de Amorim
1 - LEITURAS BÍBLICAS DA SEMANA
2ª-feira - 1Tm 2:1-7 e Mc 16:15-16 - A vontade de Deus é que todos sejam salvos
3ª-feira - At 10:1-22 - Um Deus que quebra barreiras e preconceitos
4ª-feira - At 10:23- 48 - Deus não faz acepção de pessoas, mas faz o bem
5ª-feira - 2 Sm 9:1-13 - O amor faz superar preconceitos e gera bondade
6ª-feira - João 9:1-12 - Para que se manifestem nele as obras de Deus
Sábado - Jó 1:13 a 2:13 - Deus é Senhor nas alegrias e nas tragédias.
2 - Quando o Amor é Maior Que o Preconceito
Em 2 Sm 9:1-13 há uma bela história de amor que vence o preconceito e as tradições e costumes que discriminam e excluem as pessoas. No texto, o rei Davi fica sabendo através de Ziba, um ex-servo do falecido Rei Saul, que um filho de Jônatas e neto de Saul estava vivo e vivia de favor na casa do rico proprietário Maquir. Mefibosete, devido a um acidente em sua infância (2Sm 4:4) tornara-se um portador de deficiência física em ambos os pés. Davi se lembra da promessa de bondade para com os descendentes de seu grande amigo Jônatas (1Sm 20:14-17) e manda buscar Mefibosete. Mefibosete compara-se a um cão morto, indigno da atenção e bondade de Davi, mas o rei Davi o coloca sob sua proteção e como parte de sua família, pois comia sempre à mesa do rei como um filho (2Sm 9:11 e 13). Davi restitui a Mefibosete todas as propriedades que haviam pertencido a Saul e ordena a Ziba que passe a trabalhar para Mefibosete, administrando as propriedades e os que trabalhavam nelas para que não falte o sustento e o conforto a Mefibosete e à sua família.
Numa época e num lugar em que a sociedade e a religião (inclusive o judaísmo) afirmavam que a pessoa portadora de deficiência era alguém que tinha uma maldição colocada por Deus, e que precisava viver isolada para não contaminar o povo de Deus, Davi prefere, por amor, ouvir a voz do seu coração para exercitar a bondade e a justiça. Podia acomodar-se aos valores e preconceitos de seu tempo e não fazer nada.
A deficiência não é da vontade de Deus, não é um castigo de Deus e não tem um sentido em si mesma. Se a deficiência tem algum sentido, é a sua superação. E a mais fantástica superação é quando as pessoas portadoras de deficiência são incluídas na vida social, tratadas com respeito e, como pessoas, sentindo-se vivas e companheiras e achando que isso é bom e vale a pena. Com e apesar das deficiências.
O amor sempre rompe barreiras. O amor sempre faz diferença.
3 - Pra início de conversa.
a) Há poder em nossas palavras, tanto para abençoar e apaziguar quando para ferir e criar ódio. Qual deve ser a sensação de uma pessoa portadora de deficiência ser chamada de louca, aleijada, defeituosa ou deficiente?
b) Na prática do dia a dia, como nossa Igreja tem tratado as pessoas portadoras de deficiência? Há pessoas portadoras de deficiência em nossa igreja local? Elas se sentem acolhidas, entrosadas e participantes ativas da igreja?
4 - PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA SÃO PESSOAS
Os portadores de deficiência física, motora, mental ou múltipla (portadoras de duas ou mais deficiências) têm sido um grupo de pessoas que a sociedade teimava em não enxergar, mantendo-as devidamente “guardadas” (protegidas e escondidas) em casa. Hoje, graças a Deus, essa história está mudando: os portadores de deficiência estão se organizando para exigir cidadania, que começa pelos direitos constitucionais básicos de qualquer brasileiro: educação, saúde, trabalho, lazer e o direito à mobilidade, ou seja, que ruas, calçadas, elevadores, banheiros, transporte coletivo, táxi, escolas, acesso a prédios, etc, sejam adequados a eles. Muito particularmente aos portadores de deficiência física. (2)
Há também uma sensibilização de organizações e da sociedade em favor dos portadores de deficiência, afinal com o número significante de portadores de deficiência em nosso país, naturalmente somos família, parentes e amigos de algum deles. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a existência do seguinte quadro no Brasil: 5% da população são portadores de deficiência mental; 2% são portadores de deficiência física; 2% são portadores de deficiência auditiva; 1% são portadores de deficiência visual; e 1% são portadores de deficiência múltipla.
Além do mais, o país está descobrindo que as pessoas portadoras de deficiência são consumidoras como as demais e o mercado está atrás desse grupo especial de consumidores, adequando-se às necessidades especiais que eles têm. O país está descobrindo que sai mais barato aos “cofres públicos” inserir com leis e incentivos fiscais os portadores de deficiência do que sustentá-los com pensões da previdência social.
Ou seja, estamos descobrindo que os portadores de deficiência, antes de serem deficientes, são pessoas, com sonhos e medos, qualidades e pecados, e igualmente vocacionadas para a vida em sociedade e para a salvação em Jesus Cristo.
5 - DEUS QUER QUE TODOS SEJAM SALVOS
O Evangelho não conhece fronteiras. Saiu da Palestina e do judaísmo para alcançar os samaritanos e os gentios, incluindo sucessiva e crescentemente mulheres, crianças, os escravos, os pobres, negros, índios e os povos dos "confins da terra".
Mas um grupo em especial não recebeu e nem tem recebido a atenção necessária por parte da Igreja: os portadores de deficiência. Ainda são poucas as igrejas que têm se despertado para acolher, evangelizar, ensinar e tornar as pessoas portadoras de deficiência participantes ativas dos cultos, das classes da Escola Dominical, dos ministérios e outras programações. Diante da história de descaso com os portadores de deficiência e dos muitos desafios missionários, poucas igrejas se deram conta da necessidade de facilitar o acesso de pessoas cadeirantes (que se locomovem em cadeiras de roda). A Igreja Metodista de Vila Isabel cujo acesso ao templo era feito por escadas, construiu uma rampa. A Igreja Metodista do Jardim Botânico, cujo templo fica no segundo andar, instalou um elevador. A Igreja Metodista de Irajá tem o seu culto “traduzido” em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) para atender às pessoas surdas. Certamente há outras igrejas alargando o seu horizonte, mas ainda são bem poucas.
Deus quer que essas pessoas sejam alcançadas pelo Evangelho, que sejam salvas e batizadas, que façam parte da família da fé e sejam capacitadas a serem testemunhas do amor de Deus. Mas como crerão se não conseguirmos lhes transmitir o Evangelho? Como farão parte da família se os acessos ao nosso lugar de culto e reunião lhes impede de entrar? Como permanecerão na igreja se não temos nos educado para acolhê-las, integrá-las e torná-las parte ativa e produtiva da comunidade de fé? A nossa “casa” (nosso espaço físico, nosso grupo) deve estar adequada às necessidades especiais dos portadores de deficiência para que eles se sintam bem, para que eles se sintam parte do povo de Deus.
Ir missionariamente ao encontro das pessoas portadoras de deficiência física, evangelizá-las e adequar nossas instalações físicas e programas para atendê-las e discipulá-las não é um favor para atender a um suposto "modismo" da inclusão social e nem uma concessão pura e simplesmente a um grupo que exige atenção especial da igreja. Atender carinhosa, solidariamente, criteriosa e estruturalmente aos portadores de deficiência é missão. Jesus veio para salvar a todas as pessoas, inclusive as portadoras de deficiência.
Devemos começar imediatamente a nos preparar para evangelizar, acolher e discipular as pessoas portadoras de deficiência. Mesmo que em nossa Igreja não exista nenhuma pessoa portadora de deficiência, temos de sinalizar para a comunidade externa (para o bairro, para o mundo!) que essas pessoas são bem-vindas em nossa Igreja.
Ao construir, planejemos os acessos para todos. Inclusive salas de Escola Dominical no térreo ou elevadores e rampas para as salas noutros pavimentos. As pessoas portadoras de deficiência não podem ir aonde não conseguem entrar, não conseguem permanecer num lugar se não são percebidas e incluídas no grupo e na programação. Imaginemos uma pessoa surda participando de um de nossos cultos sem que haja o cuidado da igreja para ela possa perceber o que se passa e o que é cantado e pregado. Imaginemos uma pessoa cadeirante em nossa igreja que tenha necessidade de usar o banheiro. Se não houver instalações físicas adequadas e a atenção amorosa e solidária da igreja, melhor pra ela ficar em casa. Já é um desafio chegar à Igreja (sobretudo se tiver de pegar transporte público!), imagine chegar lá e não valer a pena, não ouvir, nem ver, nem locomover-se até salas ou outras dependências, nem aprender nada. É ultrajante!!!
Se em nossa Igreja houver uma ou duas pessoas portadoras de deficiência, vamos nos aproximar dela(s) e buscar atendê-la(s) para que ela(s) se sinta(m) não como “um peixe fora d´água”, mas como um irmão ou irmã, parte do corpo que é enxergado, cuidado, incluído, alimentado e capacitado para ser discípulo(a) de Jesus. Se nos abrirmos para fazer missão junto às pessoas portadoras de deficiência e lado a lado com elas, uma pessoa portadora de deficiência bem atendida contará para outras, e, o Senhor nos abençoará acrescentando a nós os que vão sendo salvos. Precisamos deixar que o Espírito Santo tire as escamas de nossos olhos que nos impedem de enxergarmos as pessoas portadoras de deficiência.
Devemos nos lembrar que o Plano para Vida e Missão da Igreja nos afirma que “a evangelização, como parte da Missão, é encarnar o amor divino nas formas mais diversas da realidade humana, para que Jesus Cristo seja confessado como Senhor, Salvador, Libertador e Reconciliador. A evangelização sinaliza e comunica o amor de Deus na vida humana e na sociedade pela adoração, proclamação, testemunho e serviço”. Ou seja, devemos falar do grande amor de Deus às pessoas portadoras de deficiência, e se necessário, usar palavras. As pessoas, de fato, só conhecem a Deus através do amor. Por isso o serviço de inclusão e promoção das pessoas portadoras de deficiência é um serviço maravilhoso de evangelização.
Deus quer que todos sejam salvos. A Igreja tem a competência de ir missionariamente ao encontro de todas as pessoas.
6 - Como Conhecer os Desafios das Pessoas Portadoras de Deficiência
Precisamos ler e pesquisar. Precisamos ver, mas sobretudo precisamos ouvir e aprender. Há muitos livros publicados e tem sido diversa a publicação de reportagens e entrevistas em jornais e revistas, bem como a exibição em programas na televisão (3).
Precisamos criar na igreja uma agenda para tratarmos desse assunto. Seja na Escola Dominical, nas reuniões de ministério, palestras pelos ministérios da Ação Social e Ação Docente e Evangelização, etc... Que a igreja seja um fórum abençoado para discutir e promover o acesso físico às facilidades públicas, direito à vida e à não discriminação das pessoas com deficiência, liberdade de ação, respeito às pessoas portadoras de deficiência, igualdade dos direitos, respeito, cidadania, vida independente e inclusão na comunidade.
Visitar e conversar com pessoas portadoras de deficiência e suas famílias também é muito importante. Uma boa e franca conversa tem muito a nos ensinar como igreja e como cristãos. É boa a visita a projetos de igrejas ou Ongs que promovem a inclusão das pessoas portadoras de deficiência. Quando a gente aprende a gente se torna uma pessoa de visão mais ampla. Uma pessoa melhor, mais esclarecida e mais solidária.
Tânia Maria Silva de Almeida, coordenadora da Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça, numa entrevista respondeu a algumas perguntas, das quais destacamos duas:
“O que as famílias podem fazer para ensinar a sociedade a se livrar do preconceito contra a pessoa portadora de deficiência?Tânia – Como formadora do cidadão, a família é o núcleo da sociedade. Em nosso país é o núcleo da sociedade. Em nosso país as famílias de portadores de deficiência se organizaram em cerca de 2.500 associações, referentes às diversas áreas da deficiência, que desenvolvem ações que vão desde o atendimento direto até a conscientização da comunidade sobre as potencialidades das pessoas portadoras de deficiência. Com os avanços das políticas públicas, este segmento social tem se inserido, progressivamente, nos programas comuns aos demais cidadãos, principalmente nas escolas. E esperamos que o preconceito existente, provavelmente por desconhecimento das pessoas que não convivem com esse grupo social, se reduza, permitindo que a inclusão das pessoas portadoras de deficiência na sociedade se torne uma realidade.
O que a sociedade civil pode fazer para ajudar essas famílias?
Tânia – Portar uma deficiência independe de raça, sexo, nível sócio-econômico e cultural. Uma vez instalada no indivíduo, ela passa a fazer parte da sua condição. A sociedade civil pode incluir os portadores de deficiência em seus programas, apoiar os serviços já existentes, promover ações de voluntariado, campanhas, etc. E principalmente deve amadurecer e derrotar o preconceito”.
7 - COMO LIDAR COM AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA
• Não se acanhe em fazer perguntas relacionadas às deficiências, pois a maioria das Portadoras de Deficiências não se incomodam em respondê-las; porém, se você não for muito próximo da pessoa, evite fazer perguntas íntimas;
• Dirija-se sempre ao portador de deficiência, mesmo que ao seu lado esteja um intérprete;
• Ofereça apoio sempre que verificar alguma necessidade, aguarde para que seja aceito e pergunte como você poderá ajudar;
• Não se ofenda com a recusa do auxílio oferecido. Nem sempre ele é necessário;
• Se um portador de deficiência lhe pedir algum tipo de ajuda e você não se sentir preparado para tal, sinta-se à vontade para recusar. Nessa situação, procure alguém que possa fazê-lo.
8 - PARA PENSAR
O que podemos fazer concretamente para que a nossa Igreja seja um lugar acolhedor para as pessoas portadoras de deficiência?
Vamos nos dividir em grupos. Cada grupo pode propor um ou dois serviços de acolhimento e evangelização das pessoas portadoras de deficiência. Vamos depois conversar com o pastor(a) da nossa Igreja para viabilizar as melhores propostas.
9 - CONCLUINDO
A evangelização e os serviços de ação social, sociabilidade, educação cristã e discipulado, entre outros, devem ser planejados e executados de modo que estejam interessados, atentos e preparados para atender também as pessoas portadoras de deficiência física.
Mas se em último caso, a igreja não conseguir criar mecanismos e serviços para a participação plena das pessoas portadoras de deficiência, que ao menos elas se sintam muito amadas pelo povo da igreja.
Queremos que a Igreja seja o melhor lugar e a melhor companhia para as pessoas portadoras de deficiência. A Igreja tem de ser um pedacinho do Céu na terra.
Devemos nos lembrar que, independente das necessidades — especiais ou não — cada pessoa é um ser humano, com virtudes, qualidades, pecados, contradições, com sua própria personalidade e jeito de ser, com sonhos, anseios, desejos. São também filhos e filhas de Deus, aos quais Deus quer salvar.
E, como acontece com qualquer pessoa, todos nós gostamos de respeito, educação e cortesia. Assim sendo, seja com quem for que estivermos tratando, independente da condição física, classe social ou qualquer outro fator, há uma regra de ouro que faz a nossa vida e a vida dos demais sempre melhor. Esta regra é: “Sê tu uma bênção!” (Gn 12:2).
10 - UMA PALAVRA AOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA:
Deus amou também os portadores de deficiência de tal maneira que deu seu filho Unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Confie em Deus. Busque força, capacitação e superação em Deus. Todas os mandamentos de Deus são também para as pessoas portadoras de deficiência. Todas as promessas de Deus são também para as pessoas portadoras de deficiência física, inclusive as bem-aventuras de Mt 5:1-12, a promessa do Espírito Santo de At 1:8; da salvação pela graça de Deus de Ef 2:8-9 e também a herança do Reino: "Vinde benditos do meu pai para o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" (cf. Mt 25:34).
Por isso, seja você também sujeito da sua própria história. Como disse Eleonor Roosevelt, "ninguém pode diminuir você sem o seu consentimento".
11 - CITAÇÕES E BIBLIOGRAFIA
(1) Embora não haja consenso, a terminologia mais adequada para nos referirmos a pessoas com algum tipo de deficiência é “pessoa portadora de deficiência”. A deficiência pode ser física, motora, sensorial ou mental ou múltipla, envolvendo mais de um tipo de deficiência. As pessoas portadoras de deficiência não gostam de ser tratadas por algumas expressões antigas que denotam preconceito e marginalização. Entre elas temos: aleijadas, defeituosas, deficientes (as pessoas embora sejam portadoras de deficiência, elas não são deficientes!!!), malucas, doidas, “mongolóides” (o correto é portadoras da Síndrome de Down), leprosas (o correto é portadoras de hanseníase!), etc...
Muitas pessoas não gostam de ser tratadas e nem de tratar as pessoas portadoras de deficiência como “pessoas portadoras de necessidades especiais”, pois argumentam que qualquer pessoa pode ter necessidades especiais. A expressão, portanto, é inadequada. Ainda falando sobre expressões, nem toda pessoa portadora de deficiência visual é cega e nem toda pessoa portadora de deficiência auditiva é surda. As expressões cega e surda podem ser usadas.
(2) MULLER, Iara - Encarando a deficiência - Editora Sinodal - 1989 - pág. 49.
(3) Há ainda alguns sites (endereços eletrônicos) que podem ser acessados na internet, entre os quais:
- http://www.cedipod.org.br - Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência
- http://www.entreamigos.com.br - Entre Amigos - Rede de Informações sobre Deficiência
- http://www.pgt.mpt.gov.br/deficiente/legislacao/index.html - Página do Ministério do trabalho com a Legislação relacionada a pessoa portadora de deficiência
- http://www.mpdft.gov.br/Orgaos/PromoJ/prodide/prodide.htm - Promotoria de Justiça de Defesa do Idoso e do Portador de Deficiência.
LIÇÃO DO PROFESSOR
1 - Objetivo da lição
Refletir sobre a situação da pessoa portadora de deficiência física e refletir sobre serviços que podemos desenvolver em nossa igreja para acolher, incluir, evangelizar e discipular particularmente as pessoas portadoras de deficiência física ou motora.
2 - Delimitando o tema da aula de hoje
A situação das pessoas portadoras de deficiência e os desafios da nossa sociedade e da Igreja para a inclusão delas na vida quotidiana são amplos e não há como ser tratados e discutidos numa lição e num único dia. Assim sendo, vamos nos limitar a falar genericamente desses desafios, pensando basicamente a inclusão das pessoas portadoras de deficiência na Igreja local. Estaremos também priorizando a inclusão das pessoas portadoras de deficiência física e motora, pois os desafios da inclusão das pessoas com eficiência sensorial ou mental também é muito amplo e impossível de ser tratado também nessa lição.
Também não vamos refletir teológica e pastoralmente sobre a deficiência.
3 - O texto Bíblico
O texto bíblico está minimamente apresentado na lição do aluno.
Se houver condições e necessidade, ele pode ser relacionado também com a parábola do Bom Samaritano (Lc 10:25-37). O Bom Samaritano é o que desobedece as leis civis e religiosas de sua época para que o amor e a solidariedade fossem vividas em relação à pessoa agredida e abandonada naquele caminho de Jerusalém para Jericó. Mais importante que a lei, a tradição e os costumes é o amor que inclui, respeita, solidariza e cuida do outro. Particularmente dos “pequeninos” de Deus (Mc 25:34-40). Contra o amor e os frutos do Espírito não há lei (Gl 5:23). Aliás, o cumprimento da lei (de Deus) é o amor (Rm 13:10).
4 - Roteiro para a aula de hoje
a) Ore com o grupo.
b) Exponha ao grupo o objetivo da lição e as delimitações do assunto, ou seja, por falta de condições de tempo e espaço vamos estar falando genericamente apenas das pessoas portadoras de deficiência física e motora.
c) Leia o texto Bíblico e converse com o grupo sobre ele. Dê as ênfases apresentadas na lição do aluno.
d) Converse com o grupo sobre as duas primeiras perguntas (item 2 da lição do aluno).
OBS: Embora não haja consenso, a terminologia mais adequada para nos referirmos a pessoas com algum tipo de deficiência é “pessoa portadora de deficiência”. A deficiência pode ser física, motora, sensocial ou mental ou múltipla, envolvendo mais de um tipo de deficiência. As pessoas portadoras de deficiência não gostam de ser tratadas por algumas expressões antigas que denotam preconceito e marginalização. Entre elas temos: aleijadas, defeituosas, deficientes (as pessoas embora sejam portadoras de deficiência, elas não são deficientes!!!), malucas, doidas, “mongolóides” (o correto é portadoras da Síndrome de Down), leprosas (o correto é portadoras de hanseníase!), etc...
Muitas pessoas não gostam de ser tratadas e nem de tratar as pessoas portadoras de deficiência como “pessoas portadoras de necessidades especiais”, pois argumentam que qualquer pessoa pode ter necessidades especiais. A expressão, portanto, é inadequada. Ainda falando sobre expressões, nem toda pessoa portadora de deficiência visual é cega e nem toda pessoa portadora de deficiência auditiva é surda. As expressões cega e surda podem ser usadas.
e) Peça a um aluno que exponha resumidamente o item 3 da lição do aluno - “Pessoas Portadoras de Deficiência São Pessoas”.
f) Peça a um segundo aluno que exponha o item 4 da lição do aluno - “Deus quer que todos sejam salvos”.
Fale você, professor, sobre o item 5 da lição - “Como Conhecer os Desafios das Pessoas Portadoras de Deficiência”.
g) Peça a 5 alunos diferentes para expor os 5 itens do “Como Lidar Com As Pessoas Portadoras De Deficiência”. Ao final, pergunte ao grupo, se ele teria mais alguma sugestão.
h) Para preparar a tarefa final, a classe pode ser dividida de 3 a 6 grupos. O trabalho de grupo pode demorar uns 10 minutos. Depois os grupos relatam resumidamente o que propuseram.
i) Faça o fechamento da lição (veja o item 7 - Concluindo).
j) Ore com o grupo, pedindo para que as pessoas portadoras de deficiência nunca mais sejam invisíveis aos nossos olhos, amor e cuidados.
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