segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sul do Brasil concentra 23% dos casos de Aids

O sul do Brasil concentra 23% dos casos de Aids, com apenas 14% da população total do país. O dado chama atenção do Ministério da Saúde, que promete investimentos na região para reverter essa estatística. O número faz parte do Boletim Epidemiológico DST Aids, divulgado pelo ministério em coletiva de imprensa em Brasília, na manhã desta segunda-feira.

De acordo com o boletim, todas as 10 cidades que lideram a lista de maior incidência da doença estão no Sul (veja lista abaixo). Na estatística por Estado, o Rio Grande do Sul é o que mais registra casos de Aids: são 27,7 por 100 mil habitantes. O segundo do ranking é Roraima (26/100mil), seguido por Santa Catarina (23,5/100mil). O Paraná é o quinto da lista, com 15,7 casos por 100 mil habitantes. No ranking por capitais, Porto Alegre também se destaca com 99,8 casos por 100 mil habitantes, enquanto Florianópolis, segunda da lista, registra 57,9 casos por 100 mil. Os dados se referem a 2010.

— O que nos chama atenção é que o RS tem muito mais casos em relação à sua população, mas não é um fator isolado que leva a isso, como o acesso ao diagnóstico, por exemplo. Nós reforçamos as campanhas no Sul, em especial no RS, inclusive com ações regionalizadas em pequenas cidades — disse o ministro.

No país inteiro, 630 mil pessoas convivem com HIV/Aids. A prevalência da doença (estatística de pessoas infectadas por HIV) permanece estável em cerca de 0,6% da população, enquanto a incidência (novos casos notificados) teve leve redução de 18,8/100 mil habitantes em 2009 para 17,9/100 mil habitantes em 2010. Houve um aumento significativo de casos identificados em pequenos municípios (com até 50 mil habitantes). Essas cidades respondiam por 5,6% dos casos e passaram a representar 8,4% dos casos, conforme o boletim divulgado hoje.

Ranking da taxa de incidência de Aids (por 100 mil) em municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes

1. Porto Alegre (RS) — 99,8
2. Alvorada (RS) — 81,8
3. Balneário Camboriú (SC) — 77,7
4. Uruguaiana (RS) — 67,0
5. Sapucaia do Sul (RS) — 66,4
6. Criciúma (SC) — 61,9
7. Biguaçu (SC) — 60,1
8. Pinhais (PR) — 58,1
9. Florianópolis (SC) — 57,9
10. Canoas (RS) — 57,4

Taxa de incidência de Aids (por 100 mil habitantes) nas capitais brasileiras

1. Porto Alegre (RS) — 99,8
2. Florianópolis (SC) — 57,9
3. Manaus (AM) — 50,9
4. Boa Vista (RR) — 46,4
5. Curitiba (PR) — 41,8
6. Belém (PA) — 41,3
7. Porto Velho (RO) — 37,8
8. Vitória (ES) — 35,1
9. Rio de Janeiro (RJ) — 34,7
10. Recife (PE) — 33,4

Outros dados

Em alguns grupos, o avanço no combate à epidemia é mais marcante. Entre os menores de cinco anos de idade, casos relacionados à transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê durante a gravidez, o parto ou pelo leite materno, a taxa de incidência (número de casos por 100 mil habitantes), caiu 41% de 1998 a 2010. Em relação à taxa de mortalidade, o boletim também sinaliza queda. Em 12 anos, a taxa de incidência baixou de 7,6 para 6,3 a cada 100 mil pessoas. A queda foi de 17%.

O documento chama a atenção para públicos específicos, que têm tido comportamento diverso e ampliado o número de casos. Ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays da mesma faixa, houve aumento de 10,1%. No ano passado, para cada 16 homossexuais dessa faixa etária vivendo com Aids, havia 10 heterossexuais. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10.

Na população de 15 a 24 anos, entre 1980 e 2011, foram diagnosticados 66.698 casos de aids, sendo 38.045 no sexo masculino (57%) e 28.648 no sexo feminino (43%). O total equivale a 11% do total de casos de Aids notificados no Brasil desde o início da epidemia ocorre entre jovens. O quadro levou o Ministério da Saúde a priorizar este público na campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, que ocorre em 1º de dezembro.

Fonte: ZH

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