domingo, 24 de outubro de 2010

Campanha de desarmamento terá dia nacional de mobilização

Após lançamento da campanha, em 2003, homicídios por arma de fogo caíram 11%

Campanha de desarmamento terá dia nacional de mobilização
A exemplo do que já é feito nas campanhas de vacinação, o governo definiu uma data nacional para incentivar o desarmamento voluntário da população. Será todo ano, no primeiro sábado de julho.

A fim de trocar experiências com representantes de outros países que já fizeram campanhas similares à brasileira –como Angola, Moçambique, Argentina e Colômbia–, as ONGs Viva Rio e Rede Desarma Brasil promovem nesta quinta-feira (21) e amanhã um seminário para discutir o tema.

Em nota distribuída durante o seminário, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, reafirmou que o governo pretende transformar a campanha de desarmamento em política de Estado. Segundo ele, essa será uma das principais ferramentas de estímulo para que as pessoas se envolvam com a causa.

A campanha, afirma o ministro, será como a campanha de vacinação: uma política pública realizada todos os anos em benefício social.

Segundo o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, a criação do Dia Nacional do Desarmamento Voluntário ajudará o país a desfazer alguns mitos.

"Precisamos acabar com algumas falácias de que países desenvolvidos com cultura de armas apresentam índices menores de violência, se comparados aos índices brasileiros. Isso é uma falácia, até porque não dá para comparar essas realidades".

No evento, o coordenador de Controle de Armas do Viva Rio, Antônio Rangel, ainda chamou a atenção para experiências bem sucedidas em países mais próximos do Brasil.

"A Colômbia já foi um inferno, com os piores índices de violência do mundo. Hoje, com a ajuda da participação popular nas campanhas, Bogotá é um exemplo [de como fazer uma campanha de desarmamento]. Queremos aproveitar exemplos como esse".
Brasil

As campanhas feitas no Brasil recolheram mais de meio milhão de armas. É a segunda maior coleta já feita em todo o mundo, em número de armas recebidas.

Na comparação com outros países, o Brasil ocupa posição de destaque por ter inovado ao instalar em igrejas e ONGs postos de recolhimento que danificam as armas a marretadas, no momento da entrega.


Dessa forma, avaliam as autoridades, as campanhas deram maior confiança ao cidadão de que suas armas seriam, de fato, destruídas, diminuindo o risco de pararem nas mãos de bandidos.

Segundo o Ministério da Justiça, os homicídios por arma de fogo caíram 11% entre 2003, quando o Estatuto do Desarmamento foi aprovado, e 2009.

Dados da Viva Rio indicam que muitas das armas usadas para a prática criminosa são roubadas de residências. Dados da Polícia Federal afirmam que, só em 2003, mais de 27 mil armas foram furtadas ou roubadas dessa forma.

 Fonte: Agência Brasil

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