terça-feira, 17 de março de 2009

Revolução em nome da desgraça social – um texto


Por José San Martín Caminã Neto*

Aos 64 anos, ex-militante-gay e ex-preso político, o autor Aguinaldo Silva fatura milhares de reais criando histórias para novelas-escolas-de-sacanagem que obviamente rendem milhões de dólares à maior emissora de televisão do país. Venceu na vida passando de repórter de polícia a roteirista de televisão, posteriormente autor de seriados e por fim novelas. Certa vez, questionado se era verdade que ganha 1 milhão de dólares – entre salário, luvas e merchandising – para escrever uma novela, Aguinaldo justificou a recompensa pela sua criatividade na inversão de valores sociais.

Não vou falar em números porque acho de mau gosto. Mas é claro que, em termos de Brasil, um autor de novelas ganha imoralmente bem. Não há a menor dúvida. Por outro lado, são pouquíssimas as pessoas que escrevem novela das oito, esse produto avassalador, que atinge 45 milhões de pessoas e que sustenta o maior canal de televisão do país. Então, é preciso ver também o que esse trabalho rende para a emissora. Nessa comparação, o autor de novelas ganha pouco. É isso: o salário é imoral, mas, ao mesmo tempo, não é tão justo quanto deveria ser.

Como outros homossexuais assumidos, bem-sucedidos, influentes na mídia, é natural que Aguinaldo Silva tente influenciar o comportamento da sociedade, usando para tal o horário nobre da maior rede de TV do país. São esforços claramente expressos na glamorização da prática gay e ridicularização de todos cristãos retratados erroneamente como se fossem carolas alienados e odiassem os adeptos do homossexualismo. Falando sobre militância homossexual ele não escondeu sua meta.

Pois eu pus na novela um homossexual cheio de trejeitos porque eu sou um homossexual cheio de trejeitos. O personagem existe!

Seus colegas de profissão, a exemplo de Silvio de Abreu, também se gabam de promover personagens quebradores de paradigmas morais. Apesar da cota de responsabilidade nos descaminhos da população guiada pelos ensinos dos folhetins, Abreu confessou à Veja que “a moral do país está em frangalhos”. Referia-se a pesquisa interna da Globo apontando que os expectadores querem cada vez mais imoralidade e personagens malignos na telinha. É realmente irônico notar que isso deixou Silvio Abreu assustado. Quem sabe, recebeu algum cutucão na consciência... (Acesse todas entrevistas e matérias citadas nos links dispostos no final desta reflexão).

Abreu poderia mesmo sofrer um enfarte ao tomar conhecimento de pesquisa recente que o coloca, juntamente com Aguinaldo Silva, Glória Perez, Gilberto Braga, Manoel Carlos, entre outros, como envolvidos na desagregação-degeneração-destruição da família brasileira. A BBC de Londres noticiou um estudo que destaca o papel das novelas da TV Globo no aumento de divórcios no Brasil. Fiquemos apenas com alguns trechos iniciais da denúncia:

Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sugere uma ligação entre as populares novelas da TV Globo e um aumento no número de divórcios no Brasil nas últimas décadas.

Na pesquisa, foi feito um cruzamento de informações extraídas de censos nos anos 70, 80 e 90 e dados sobre a expansão do sinal da Globo – cujas novelas chegavam a 98% dos municípios do país na década de 90.

Segundo os autores do estudo, Alberto Chong e Eliana La Ferrara, “a parcela de mulheres que se separaram ou se divorciaram aumenta significativamente depois que o sinal da Globo se torna disponível” nas cidades do país.

Além disso, a pesquisa descobriu que esse efeito é mais forte em municípios menores, onde o sinal é captado por uma parcela mais alta da população local.

A pesquisa é um duro golpe na defesa esfarrapada da “liberdade de expressão” para uma programação divorciada de elementos educativos, valores morais, costumes sadios. Mostra o prejuízo incalculável imposto a parcela significativa de uma nação desprovida de governantes com autoridade suficiente para estabelecer limites aos donos inescrupulosos dos meios de comunicação que se tornaram milionários à base da exposição do povo àquilo que povoa as mentes de escritores descomprometidos com os valores da célula-mãe da sociedade.

Governantes omissos. Frouxos para censurar ou — já que “censura” provoca dor de ouvidos por ser hoje uma palavra proibida — ao menos classificar e colocar no horário devido os programas recheados de descaminhos, erotismo, desrespeito e rebeldia contra os pais, banalização do casamento, sexo implícito, palavrões, malícia e termos chulos à disposição do público de idade em formação. Governantes incompetentes em fazer com que a concessão pública se destinasse à construção de um país fortalecido por princípios éticos em todas as esferas.

Quem vai pagar os altos prejuízos sociais? Quem vai amparar as adolescentes grávidas tanto quanto os pais-mirins com sua consciência perturbada que as lindas protagonistas estão a inspirar com suas vidas de prostituição na fila que não para de andar tanto na ficção quanto na realidade? Quem vai estabelecer limites à juventude que se encaminha ou refugia nas drogas injetadas por astros, como Fábio Assunção, Charles Paraventi, Marcelo Anthony estampados em manchetes humilhantes? Há tantas tragédias a arrolar...

[Agora talvez compreendamos porque grande parte dos lares brasileiros passaram a ser comandados por mulheres. Será que parte da resposta não está na pesquisa da BBC? E as festas de “descasamento” que estão entre as novidades da classe média e riquinhos infelizes da capital paulista? O exemplo da vidinha miserável da busca de amor confundido com sexo dos astros da TV talvez seja a maldição que têm de carregar até o fim da vida se não derem meia volta em sua existência inútil.]

Quem vai pagar a conta dos abortos, da morte em vida de mulheres mutiladas, sugadas, invadidas, deprimidas e assombradas pelo fantasma do assassinato de um pequenino gerado de forma irresponsável? Como calar os gritos inocentes e as imagens do despedaçamento de seus corpinhos frágeis diante de instrumentos que invadem sua casinha no ventre daquelas que deveriam protegê-los? Quem vai assumir a responsabilidade pelas inumeráveis tragédias juvenis inspiradas na Malhação contrária aos princípios estabelecidos pelo Criador? Por certo Aguinaldo Silva e seus parceiros levam para suas novelas a mesma ideologia rasteira exposta na resposta à uma pergunta sobre aborto.

Acho que tudo tem que ser legalizado. O aborto já existe. Ninguém vai conseguir fazer com que ele não exista. Então, é importante que ele seja legalizado, que as pessoas possam fazê-lo com garantias. Essas posições que o Severino Cavalcanti [então presidente da Câmara Federal] defende não são só absurdas, são irracionais.

A triste verdade, leitores, é que a responsabilidade cai nas costas de quem assiste à tevê e que, segundo os experts “tem plena capacidade para absorver as tramas sem se influenciar”. Será? Não é isso que a pesquisa da BBC está dizendo. Há incautos, desavisados, incapacitados para separar o joio do trigo ou compreender que trair e coçar tem consequências que Aguinaldo, Glória, Silvio, Gilberto, Barbosa, Carrasco e outros não mostram em suas obras-madrastas. Como publicitários pró-desconstrução familiar, podem se gabar dos “bons resultados” conseguidos.

É necessário reiterar: A pesquisa da BBC confirma a grande verdade sempre negada pelos promotores da devassidão no horário nobre: As novelas são, sim, prejudiciais à sociedade. Há controvérsias gritantes nas balelas de que tais programas tão-somente “promovem debates”, “servem apenas para refletir” ou são “mera diversão”, “entretenimento” e “representação da vida”. Cai por terra a tentativa histórica de se esquivarem de sua culpa pelo caos social gestado há décadas de enfraquecimento das bases da instituição familiar.

Minaram os fundamentos morais ao longo dos anos, tendo à disposição uma estrutura colossal de comunicação para difundir à vontade costumes, conceitos e comportamentos prejudiciais. No princípio, sofreram algum tipo de resistência do próprio público que hoje se embriaga com o que antes era lixo. Nessa trajetória, o baixo Ibope levou alguns a “matar” vilãos, casais do mesmo sexo e outros tipos de personagens à época reprovados.

Mas a sociedade respondeu “muito bem” à incitação à inversão de valores e revolução nos costumes. A natureza humana decaída sempre desejará mais concessões. Vai querer sempre mais do pior que puder alcançar. O ser humano rebelado contra os princípios do Criador vai invariavelmente desejar agradar a si mesmo e nunca a Deus. Assim, de abismo em abismo, todas as instâncias sociais vão sendo cooptadas, a exemplo do atual governo com militantes liberais infiltrados em toda sua estrutura.

Esta é crônica de um país que avança a cada dia para a tragédia. Crônica de um mundo que tomou um caminho sem volta, o caminho da licenciosidade. O caminho da luxúria. Um mundo que já está julgado e vive inconscientemente sob uma terrível expectativa de destruição. Mas ainda há uma saída a tantos quantos queiram romper as cadeias da escravidão espiritual, imposta por Satanás, o inimigo de Deus. Hoje Deus oferece gratuitamente este escape.

“Há certos caminhos que parecem perfeitos mas quem segue por eles acabará encontrando a morte”, Provérbios de Salomão 14.12

“Porque o dom gratuito da salvação eterna agora está sendo oferecido a todos; 12 e juntamente com este dom, vem a compreensão de que Deus quer que nos voltemos da vida ímpia e dos prazeres pecaminosos para uma vida correta no temor de Deus, dia a dia 13 aguardando ansiosamente aquele tempo quando se verá a sua glória - a glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo 14 que morreu debaixo da condenação de Deus sobre os nossos pecados, para que pudesse nos livrar de cair constantemente no pecado e fazer de nós o seu próprio povo, de coração purificado e com profundo entusiasmo para fazer coisas boas pelos outros”, Carta de SãoPaulo a Tito 2.11-14

*José San Martín Caminã Neto é jornalista, radialista e educador cristão - Contato: josesanmartincaminaneto@gmail.com
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Fonte: Blog
www.caosperanca.blogspot.com

via Agência Pés Formosos

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