quinta-feira, 30 de outubro de 2008

AÇÃO SOCIAL OU EVANGELIZAÇÃO?

Abaixo reproduzo um texto da Missão AMME Evangelizar (Portal Evangeliza Brasil), muito oportuno e esclarecedor sobre este tema que deve ser objeto de reflexão da igreja:

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Ação Social ou Evangelização?

Na semana passada concluímos o 8° Módulo da Escola Supeiror de Missões da AMME Evangelizar, com o tema: “Ação Social Evangelizadora“. Veja um resumo do conteúdo tratado nesta semana: (aqui). No ultimo dia do módulo foi realizado o debate sobre o assunto. O pr. Bernardo, diretor e fundador da AMME foi o mediador. Ele abriu a aula fazendo considerações sobre a dificuldade que a Igreja Evangélica tem para estabelecer programas de ação social transformadora, possivelmente derivado do papel secundario que teve em um país fortemente romanizado. Depois, mediando o debate entre os alunos, apresentou para discução a questão: “Porque os evangélicos preferem, cada vez mais, fazer ação social a evangelizar?”. No final, listou doze motivações e fez suas considerações. Veja a seguir um sumário do que os alunos aprenderam:

    1. Pressão do ambiente - Todo mundo está fazendo! Um dos termos sugeridos para denominar esta razão foi “modismo”. Embora seja um termo de outro setor, se tomado como figura de linguagem, poderia aqui representar algumas das características da pressão fútil e vaidosa que leva muitos cristãos a se envolverem com ação social.

    2. Demanda latente - É fato que as pessoas procuram as igrejas evangélicas mais para pedir ajuda material do que para confessar um pecado ou mudar de vida. A ênfase em marketing e a errada idéia de que as pessoas são os “clientes” da Igreja faz com que muitos cristãos se preparem para atendê-las, esquecendo-se que a Igreja existe essencialmente para agradar a Deus.

    3. Ausência do ensino – A relação entre a ação social e a evangelização não é ensinada corretamente. Aqueles que são pró-ação social não tem interesse em desfazer a ilusão de que ela é mais importante. Aqueles que militam na evangelização estão ocupados de mais para perceber a destrutiva inversão de valores na teologia contemporânea.

    4. Ausência de confronto – Deve ser uma questão de auto-preservação nossa natureza humana escolher os caminhos de menor confrontação. Quando doamos um prato de comida, não há confronto, mas falando-se ao pecador para abandonar o pecado e iniciar uma nova vida, faz-se o confronto com a pessoa e com a sociedade;

    5. Facilidade - É mais fácil e mais conveniente “doar” roupas, comida, remédios, reforço escolar, etc. Como um sinestro em um mundo de destros, o evangelista precisa nadar contra a maré, mas o socorrista conta com todo o apoio e incentivo das estruturas sociais e políticas. A lei do menor esforço manda fazer ação social.

    6. Visibilidade e “status” - Não é difícil ser “promovido” e reconhecido quando fazemos ações socialmente aceitas. Títulos, prêmios, placas, convites para eventos sociais – o cristão não terá falta de reconhecimento social ao manter-se nos limites do papel que a sociedade acha que a Igreja deve ter.

    7. Vocação exclusiva - Muitos crentes alegam que evangelizar não é seu ministério, como se o IDE não fosse pra eles também que devem ter aprendido a obedecer todas as coisas que Jesus ordenou aos que nos antecederam. Para tais pessoas a dediclção exclusiva à ação social se torna uma desculpa para evitar a evangelização.

    8. Tangibilidade - Os resultados da ação social são visíveis e mais rápidos já os resultados da evangelização são primeiramente invisíveis e eternos – Nossa natureza materialista e sensual tende a encontrar maior satisfação ao ver o faminto comendo, o desnudo vestindo-se do que ao ver o pecador arrependendo-se.

    9. Armadilhas estratégicas – Há cristãos que começam um trabalho social para depois evangelizar mais facilmente, infelizmente a hora de começar a evangelizar parece nunca chegar. Outros anunciam “venha pra igreja e receba uma cesta básica”, as pessoas vem pela cesta básica e nunca encontram a Cristo.

    10. Independência – A obra social se faz sem dar louvor a Deus e sem depender dele. Não é necessário renúncia, santificação ou dependência do Espírito Santo. Qualquer um pode fazer a obra social, e de fato o evangélico se torna igual a qualquer um quando deixa de lado a evangelização.

    11. Penitência – Em nossa cultura fortemente influenciada pelo romanismo e mais recentemente pelo kardecismo, a ação social se torna moeda de troca espiritual. Quem faz o bem alcança mais direitos espirituais e equilibra sua conta de pecados. Infelizmente é possível encontrar sinais dessa heresia entre os cristãos.

    12. Finanças – Com a passagem da ação social da filantropia para o terceiro setor econômico, ação social se tornou um mercado de trabalho e vantagens financeiras quais a evangelização não pode oferecer. Patrocínios de grandes empresas, incentivos fiscais, fundos multilaterais não se conquistam denunciando o pecado.

Então, a ação social é espiritualmente má? É certo que não! Creio que a grande dificuldade na relação entre ação social e evangelização é que são grandezas de diferentes ordens. A evangelização é função da igreja, está relacionada com o que a Igreja recebeu ordem para fazer. A ação social é reflexo do caráter do cristão, está relacioanda com a transformação produzida em nossas vidas pela evangelização. Assim, nossa função é evangelizar, mas nossa modo de fazê-lo inclui a ação social. Evangelizar é o que fazemos, ação social é o que somos. Veja Jesus, ele não podia conceber despedir com fome a quem escutava sua pregação, mas exortava com severidade a quem não dava importância prioritária a receber a Palavra – o pão eterno.

Visto com os olhos de muitos cristãos socialistas Jesus é a pessoa menos politicamente correta, por isso a teologia da libertação torce o Evangelho até que ele não sirva mais para evangelizar. Nós, contudo, olharemos primeiro para as coisas invisíveis – elas são eternas! Nós anunciamos um reino que não é deste mundo. Ainda assim, com um coração cheio de amor, repartiremos nosso pão, nosso abrigo, defenderemos o fraco, livraremos o oprimido, cuidaremos dos doentes até que Cristo volte.

Estamos juntos!!

Saulo Piloto
AMME Evangelizar
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